Me diz uma coisa: a quantas anda
teu português? Isso mesmo, nosso idioma, como vai?
Vamos então faz um pequeno teste?
É só um, prometo. Conjugar um verbo simples.
Leia bem o box abaixo e me diga,
qual a coluna que está certa, a A ou a B?
Marcou a A? Mentira! Eu também!!!
Mas, perai! Se admitimos que, na
gramática, eu, você, eles, TODOS erram, por que causa, motivo, razão ou
circunstância não levamos isso para o dia a dia, pras convivências, para a
vida?
Já parou pra observar que, quando
enfrentamos um conflito, sobretudo com quem temos intimidade, temos uma
tendência nervosa para nos eximir de culpas e responsabilidades? Quantas vezes,
ao desabafar com um amigo, o terapeuta, um diário, um padre, um amigo imaginário,
soltamos o famoso: “Você não vai acreditar no que fulano (a) fez comigo!!!”
Fulano aprontou, ciclano te
magoou, beltrano não te compreendeu... Sempre os outros. Mas, surpresa!!! Enquanto você culpa os outros por erros
e conflitos cuja responsabilidade é de ambos (quando não só tua),
os outros fazem o mesmo. É o terrível costume de se vitimizar. Todos
praticamos. Infelizmente. E vamos continuar praticando – e sofrendo as
consequências da (fa) tal lei do retorno. Vira um ciclo, uma bola de neve. E,
se não nos dermos conta dessa bactéria que nós mesmos alimentamos e que, mais
cedo ou mais tarde vai nos engolir, a roda irá girar e as pessoas – mesmo as
que se/me/te amam vão se maltratar, se desconhecer, se afastar. E isso,
acredite, vai doer.
As religiões dizem que Jesus
disse que Deus disse que devemos amar os outros como a nós mesmos.
Não, não conseguimos, não vamos
nos iludir. Não nós, pobres mortais. Essa iluminação espiritual não é para
qualquer um. Também infelizmente. Mas, se conseguirmos respeitar os outros como
a nós mesmos, já é grande coisa. E respeitar é também não “viajar na maionese”
achando, ou melhor, fingindo achar e pregar que só os outros erram e nós somos
sempre a grande vítima. Vítima dos pais, dos parentes, do chefe, dos maus
espíritos (ou do “inimigo”), da empresa, dos amigos, do companheiro /namorado/noivo/marido,
das injustiças, de alguma doença, do motorista do ônibus, da primeira guerra
mundial, do governo, de Pedro Bial, da chuva, do sol, do... do... Enfim, dos
OUTROS.
Respeitar é se colocar no lugar
do outro quando ele cometer algum erro. Porque, meu bem, sinto te informar,
erros são iguais às mães: só mudam de endereço, mas sempre vão estar ali, no
nosso pé – ou em nossa consciência. Se diferencia quem admite os seus próprios,
tenta consertar e aprender com eles. Se diferencia quem assume as consequências
das suas decisões, das suas cagadas, e até mesmo dos seus acertos (ou vocês
acham que acertar também não tem um peso, se não para nós, para os outros?). Se
diferencia quem utiliza os erros do outro pra dar a mão e aprender junto, sem
julgar, sem ofender, sem se acreditar melhor. Por que, francamente (a última
conjugação, prometo), eu não sou, você não é, nós não somos, eles não são... ninguém é. E também detesto acabar com
tuas ilusões, mas transformar tua vida numa imitação barata de novela mexicana,
se lamentar, se vitimar, fazer o maior drama do mundo inteiro, culpar os outros
e se auto crucificar não vai atrair admiração, não vai te fazer crescer, não
vai te melhorar como ser humano e, pior, não
vai resolver teus problemas, tuas frustrações, tuas angústias. E você ainda
vai ser taxado de chato, de “pitangueiro”, de negativista.
Então, por quem te ama e te quer
por perto, não sobre, não pague de vítima das circunstâncias.
Cheiros!
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