sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ei, vacilão!!!

Hoje, por alguma coincidência doida, eu vi três perfis de conhecidos (as) que até pouco tempo eram recheados de declarações dos seus namorados /namoradas vazio desse amor todo.
Curiosa, dei uma fuçada em um deles, em busca de um "Pra te desejar bom dia, amor", ou "te amo, minha princesa". Nada. Entrei no outro, olhei, fucei... Nada! Fui no terceiro, já desesperançosa... NADINHA.
Aí você pensa: mas rede social não condiz com a realidade. Pode ser. Mas também acredito que, em grande parte das vezes - e dos casais, acontece aqui exatamente como na "vida real", como uma amostra grátis: muitos afagos, carinhos, declarações, elogios, valorizações" no início dos relacionamentos e o vazio, quando a "presa" for derrubada.
Como se a conquista não precisasse ser diária.
Como se, a qualquer momento, não pudesse aparecer uma pessoa mais esperta, encantadora, fofa e encha teu par com todos os carinhos, afagos, palavras gostosas, cuidados que você demonstrava no começo do relacionamento e que VOCÊ deixou de dar pelo simples fato de já ter conquistado, por comodismo, por não ter medo de perder, por achar que está seguro.
Como se amor - e carinho, e respeito, e desejo, e tesão não precisasse ser demonstrado todos os dias. Sim, todos os dias, quantas vezes for possível.
Porque, sabe, até o mais paciente dos seres humanos, um dia, cansa. E, acredite, vai ser você, o vacilão da história, quem vai chorar no final.
Então, te convido a pensar: O que ê de fato importante pra você?


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sou bi, sim, me desculpem!

- Monika, as pessoas estão perguntando se você é 'sapatão', por causa dessas coisas aí que você posta e comenta aqui, tuas ideias, esse teu jeito de pensar...

Fiquei pensando nessa frase que ouvi de uma pessoa muito próxima. E eu ri. Queria até ter me surpreendido, mas apenas... ri. É impressionante como, no século XXI,  as pessoas ainda se refiram às diferenças dessa forma pejorativa. Arrudiei um tempão pra escrever sobre isso, não por ter problemas para, mas por achar que é algo que deveria ser tão simples que me é difícil encontrar um "problema" a ser discutido. 

Comecemos pelo "boom" que deu nas redes sociais por causa da recém terminada novela da globo onde teve o primeiro casamento homoafetivo entre duas mulheres. E centenas de pessoas de mimimi por causa disso. E isso realmente me chocou. A pessoas se revoltaram. Não se revoltaram com um amigo enterrando o outro vivo, com um homem sendo disputado por várias mulheres - entre elas mãe e filha, com agressões físicas, com chantagens emocionais e vários tipos de sentimentos e atitudes medíocres. Mas se revoltaram com o amor, já que ele era demonstrado por duas mulheres. E foi aí que "o bicho pegou" pro meu lado. Muitas críticas ao meu comportamento - leia-se ideias por eu expressar o que realmente penso e sinto, por eu deixar claro como é difícil aceitar esses valores que as pessoas expõem.

Sobre a pergunta, apenas pedi: "diga que não sou "sapatão", não. Nem lésbica. Mas, se fosse, isso não seria segredo, muito menos vergonha. Mas pode dizer que sou BISSEXUAL". Sim, pra quem não sabe (ohhhh, descobriram o Brasil) e a quem interessar possa, sou bi (além de polar, sexual), sim. Sou bissexual e isso não é segredo, nem vergonha, nem orgulho. Nem nada. Apenas uma característica, um adendo, um DETALHE. Mesmo assim, eu gostaria de me desculpar. Sim, me desculpar

Me desculpo com os que sofrem por não aceitar que, pra mim, ser bissexual não é erro, nem pecado, muito menos estranho. É que, sabe, na minha cabeça o que eu faço com o MEU corpo e coração só deve dizer respeito a mim mesma. 
Me desculpo por achar isso algo tão natural, por não sofrer com isso, pelo contrário: sou feliz e liberta por poder seguir meus instintos, vontades, paixões, amores, sem culpas, sem sofrimentos, sem neuras. Mas sei que poucos conseguem isso, sendo assim, desculpem. 
Me desculpo por ser TÃO tranquila e bem resolvida comigo mesma, por ser feliz por ser assim, por RESPEITAR as pessoas pelo que elas são em seu íntimo, seus sentimentos e, principalmente, por ter pena de quem, ao invés de viver, seguir suas vontades e tentar ser igualmente feliz, canaliza suas energias pra cuidar da vida dos outros. Desculpem por isso. 
Me desculpo por achar muito esquisito as pessoas se chocarem - na novela ou fora dela com demonstrações de AMOR, sejam elas vindas de duas mulheres, de um pai e filho, de um homem e mulher, de um casal de idosos, até mesmo de cãezinhos de estimação. O amor nunca me choca. 

Então, para os "certinhos" de plantão, sinto muito, "me desculpem", mas só vou realmente me preocupar com minhas falhas, erros e "pecados" que envolvam e denigram o meu CARÁTER, que me façam ser uma má filha, por exemplo, ou uma amiga desleal, uma namorada desleal, uma companheira injusta, uma cidadã desonesta, uma profissional incompetente, uma pessoa de má índole, um SER HUMANO RUIM. Agora, se é mais importante para você por quem me apaixono ou mesmo com quem vou pra cama do que tudo isso, francamente, VOCÊ que não serve para o meu convívio. ME DESCULPE

~~~ > #ParaOsCuriosos > Ser bissexual não implica que a pessoa sai por aí transando a toa, sendo promíscua ou mesmo fazendo menage. Muitas vezes, significa apenas que a pessoa está "aberta" a ficar/namorar com homem OU com mulher, a depender de por quem se apaixonar, quem tocar seu coração naquele momento. Como também pode ser o contrário. Sei de muitas mulheres - e homens para os quais a bissexualidade significa uma satisfação de desejos - poder transar, ficar com quem quiser, sem amarras, apenas pela liberdade. Errado? Certo? Isso, a meu ver, quem define é a consciência de cada um. 

~~~ > Ah, e, meninos, parem de ver as meninas bi como um "parque de diversões"! Tem uma fantasia? Ok, 98% dos homens tem a mesma. Mas ao menos sejam delicados e não soltem o sonoro e pouco surpreendente: "você é bi? uau, você é ainda mais interessante!". O fato de o sermos, muitas vezes, diz respeito apenas a NÓS mesmas, e não significa que vocês (embora possam) vão se beneficiar com isso. 


Cheiros,
Monika Pimenta


terça-feira, 18 de março de 2014

Não chore as pitangas

Semana passada comprei carambolas. Quatro. Tava babando de vontade. Comi duas. Outras duas foram pro lixo (já pedi perdão ao papai do céu e rezei santo anjo do senhor). Aí ontem bateu uma vontade louca de carambolas. Mas só tinham goiabas, então, comi bananas. E chorei as pitangas.

Aí fiquei pensando se é só comigo que acontece a mágica da vontade quase gestacional de uma comida, quando não tenho em casa. Aí fiquei pensando se acontece  só comigo essa bruxaria terrível de dar valor quando não tenho (mais). Aí fiquei pensando no que eu posso fazer pra não perder o que tanto gosto assim, pro lixo, sem saborear, sem venerar, sem valorizar.

Mas sabe, acho que esse não é só um mal de uma pimenta, ou de carambolas, goiabas, bananas ou pitangas. É universal, é humano, e é terrível! A gente dá voltas em torno, lambuza com nosso mel mais doce, pincela com nossas mais vivas cores, deixa aquele ser radiante para nós, por nós e... vamos empurrando pra fora de nossas vidas,afinal, já consegui, não tem mais graça, né? 

Se você faz isso, por favor, P.O.R F.A.V.O.R, não me venha chorar suas pitangas em cima de leites derramados.
Se você tem a tendência de conquistar, conquistar mais um pouquinho, daí, estagnar, esquecer, não valorizar, você vai perder. Mas não me chore suas pitangas.
Se tem tendência psicopata de dar mais valor e atenção quando tá escorrendo das " mãos", quando está perdendo, aliás, quando está deixando perder, se vire nos teus 30 e não chore suas pitangas
Se é tua a tendência nojenta de passear longe, pela vida e pelo seu próprio umbigo quando tem "na mão" e tentar trazer pra perto, pra um passeio em conjunto quando a pessoa começa a virar as costas, se vire com tuas pitangas.

Imagem: internet

Ou, se acha que vale a pena, faça tudo isso, conquiste pra provar que pode, que consegue, e pra perder (afinal, você já conseguiu o que queria, que diferença faz?), mas tenha "peito" pra enfrentar tuas pitangas te atropelando e te deixando, depois, caído, lambuzado de uma cor (energia) de sangue e de dor, arrasado, abandonado. Faça tudo isso, seja infantil, imaturo, irresponsável com quem vc "ama", com quem te ama, mas assuma tuas consequências! E, se... ou melhor, QUANDO perder e estiver SOZINHO, por favor, NÃO CHORE AS PITANGAS!!!

Cheiros




terça-feira, 11 de março de 2014

Deixe os copos sujos

Acho super legal ter a casa, o escritório, os papeis, a vida, tudo organizadinho. Limpeza e higiene são primordiais. Tem coisa mais gostosinha do que aquele "cheiro de limpeza" (repito) na casa, no escritório, na vida? É ótimo procurar uma coisa e saber onde está, andar de pés descalços, ter a agenda organizada, todos os copos limpos na pia. Facilita, ajuda a economizar tempo e a resolver um monte de coisas com bem mais praticidade. Sem falar que não precisa ser aquele desespero quando um amigo liga e diz: "tô pertinho da tua casa, tô indo aí tomar um cafezinho...". Afinal, temos que impressionar os outros, não é mesmo? Não, pera...

É. Sou a favor de tudo isso aí. Mas sabe do que não sou a favor? De neurose. De gente que não "relaxa", que quase morre se se atrasa 2 minutos, gente que não dorme sem lavar as três peças de louça sujas, que não joga a chave na mesa quando chega, que troca o: "vamos dançar, linda?" pelo "você me daria a honra dessa contradança?". Porque existe uma diferença grande entre ser gentil e educado e ser exageradamente sistemático (pra não dizer fresco). Existe uma diferença entre ser organizado e ser neurótico. Sabe quando nossas mães diziam que tudo em exagero faz mal? Surpresaaaaaa! Era verdade! Até organização demais estressa. Quando observo essas pessoas tenho a clara impressão de que elas pediram licença ao obstetra pra sair da barriga da mãe. Imagina no sexo então? "Senhorita, permite que minha boca se aproxime da sua?", "meu rapaz, você poderia me penet..." ... Não dá, né? Até porque nessas horas é necessário um "venha cá minha nega" mesmo!

Tem momentos na vida, meus amores, em que não dá pra ser, como dizemos na minha terra, "cheios de pra -que- isso". Tem horas que é bem mais recompensador pisar no chão, bem mais gostoso o prazer de sentir a areia molhada nos pés, bem mais relaxante chegar cansado à noite e jogar tudo pra lá, tomar um banho, relaxar e depois, quando tiver mais sossegado e com a cabeça fria, colocar as coisas nos seus lugares. Até porque, na vida tem que ser exatamente igual: ver a "bagunça", respirar, tomar um banho, relaxar e depois, com a cabeça fria, resolver. 


Então, deixe os copos sujos, só por hoje, só essa noite, só dessa vez. Relaxa, goza, desestressa, apimente-se e viva bem mais leve!!! 

Cheiros!



sábado, 8 de março de 2014

Porque somos tão mais que isso...

MAIS UM "dia das mulheres" e maissss um monte de frases feitas, fotos de flores, parabéns e blas blas blas... 
MAIS UM dia em que nós adoramos as demonstrações de carinho, mas que queríamos mesmo era que isso se repetisse todos os dias. 
MAIS UM dia em que 80% dos que lotam nossas redes sociais de melações e das que reclamamos disso não sabem o real motivo, o que se comemora homenageia nesse dia (para informação rápida, em 08 de março de 1857, na cidade de Nova York, 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato absurdamente desumano após um protesto pacífico onde reivindicavam melhores condições de trabalho).
MAIS UM dia em que se misturam sentimentos e recados verdadeiros e hipocrisia. E dos dos lados.

Sim, somos um bocado dessas coisas que falam no dia de hoje, merecemos um bocado dessas flores e frases que vocês oferecem no dia de hoje. Mas, merecemos mais e somo tão mais do que isso, do que um dia, do que frases feitas. Somos uma mistura bem sucedida do que se deseja, do que se quer, do que se precisa. Queremos mesmo é que vocês percebam, lidem e valorizem essas ambiguidades felizes, doces, apimentadas e loucas. Porque, acreditem, tentamos fazer o mesmo por vocês o tempo todo sem vocês nem percebam.
E que fique claro:

* Somos totalmente capazes de abrir a porta do carro (sabemos dirigir, até), mas, confessamos, amamos como vocês nos fazem sentir ao fazer isso, ainda que de vez em quando;
* Podemos passar na banca da esquina e comprar nossa flor preferida, mas ela vai ficar ainda mais viva em nossa sala se for dada por você;
* Curtimos escolher uma joia ou bijuteria, mas vamos achar nossos pulsos, orelhas ou pescoços bem mais lindos se forem recebidas de vocês;
* Sabemos as "bobaginhas" que gostamos, mas é tãoooo delicioso quando vocês chegam com um "lembrei de você quando vi...";
* Achamos mega justo dividir a conta, mas curtimos quando vocês, podendo, demonstram a gentileza de fazer isso. E saibam, isso não tem a ver com dinheiro;
* Nos encantamos com a sua sinceridade quando nos 'confidenciam' que estão sem grana, ao invés de sumirem e/ou inventarem desculpas esfarrapadas;
* Não nos importamos de vocês saírem com seus amigos, também amamos nossa individualidade, mas vamos ficar bobas se trocarem, assim, do nada, qualquer programa pra ficarem conosco;
* Vamos confiar em vocês e demonstrar ciúmes apenas para provar que temos medo te perder, sem neuras, desde que vocês nos passem confiança, nos deem atenção, carinho e sexo bom;
* Achamos super normal sugerir dar um passo a mais no relacionamento, mas nossos olhos irão brilhar se o pedido (de namoro, de noivado, de casamento) vierem de vocês, num jantar romântico e, de preferência, que seja uma surpresa gostosa;
* Detestamos ver vocês de cara feia ao nos acompanhar num programa que não curtem, e vamos ficar (muito) mais carinhosas e felizes quando percebermos que tá tentando curtir sinceramente algo que não está acostumado, só pra ficar do nosso lado. E, muito possivelmente, isso se reverterá em sexo;
* Por falar em sexo, adoramosss, mas dificilmente vamos ficar excitadas só com uma "encostada". A excitação feminina, entendam, é construída com palavras, elogios, carinhos, olhares, beijos (muitos beijos), lambidas, chupadas, pegadas fortes, pegadas carinhosas, mensagens(carinhosas e/ou picantes) a toa durante o dia;
* Também ficamos loucas com aquela "rapidinha", mas, até pra isso, tem que ter um toque de sedução, mesmo que exercitado no dia a dia. Achamos chatíssimo o sexo por sexo;
* Nos excita quando nos acham gostosas, mas, nos excita ainda mais quando nos acham gostosas E lindas E inteligentes E interessantes; 
* Podemos e amamos ser apimentadas, mas também podemos ser doces, carinhosas, dengosas;

Foto: Fabi Datovo
Podemos ser, ao mesmo tempo, tantas coisas, misturadas, envolvidas, enroscadas... 

Românticas e manhosas, na hora de falar de amor e sexys e sensuais na hora de seduzir;
Mães, irmãs, amigas, filhas, namoradas, esposas, amantes (esses três juntos), amigas, confidentes;
Dar colo, carinho, peito, corpo, cheiro, alma;

Somos tudo isso, e até mais, basta só vocês perceberem, valorizarem e pegarem pra vocês das formas mais gostosas, sensuais, fortes, carinhosas, amorosas. Queremos paixão, coração, cabeças e corpos do avesso. Pros dois!!!



Cheiros e feliz tudo!!!


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MAS... E SE EU NÃO ME SUPERAR?

Que qualidades você mais admira num ser humano? Beleza? Caráter? Personalidade? Honestidade? Sinceridade? Superação? Superação? Ok, é isso! Superação, certamente, está no topo da lista. 

Tem coisa mais impressionante do que quando vemos um ser humano que ultrapassou seu próprios limites e venceu uma grande adversidade, seja ela qual for? Gente que luta contra uma doença grave, que se levanta de uma grande perda financeira, quem consegue sorrir mesmo após perder um ente amado, quem tem forças para recomeçar, após um baque na vida... É, é mesmo admirável, lindo, emocionante.

Todos sabem que sou (muito) fã de Netinho desde que me lembro, e aí já se vão uns bons 20 e tantos anos. E, recentemente, todos acompanhamos seu drama e, graças a Deus, hoje temos acompanhado sua incrível melhora, sua recuperação, seu retorno à vida. E, também todos, aprendemos a admirá-lo ainda mais, pela sua força, positividade, pelo milagre que se tornou sua existência, mas, principalmente, pela forma como ele tem se comportado perante tudo isso, sem medos, sem desistir, sem fazer dramas, sem reclamar, apenas confiando e seguindo. Se superando! Isso emociona, sobretudo a quem ama. Afinal, coisa mais feia e deprimente é quem não consegue, quem se entrega, quem não aguenta, quem perde as esperanças, quem precisa de mais ajuda, quem não tem forças. Certo? Será???

Também há pouco tempo passei (e ainda estou passando, em recuperação) por um problema de saúde e, nos hospitais e clínicas onde fiquei, conheci muita, muita gente, cada com um "olhar", cada uma com uma força ímpar, cada uma com um jeito de encarar. E foi ali, nesses locais, com essas pessoas, que aprendi que não, não podemos desprezar quem "não consegue", não temos como julgar a capacidade ou não de superação de uma pessoa, muito menos considerá-la fraca por ela não conseguir chegar onde é esperado. Porque, como bem disse o próprio Netinho em recente entrevista, cada organismo tem uma força diferente, uma resistência sua. E, se o corpo é assim, por que a mente, as emoções que são, também, partes do nosso corpo e, como os sensores de dor e movimentos, por exemplo, também são controlados pelo cérebro, não merecem o mesmo respeito às suas limitações?

Não tenho como saber o que é certo e errado, é um assunto complicado, eu também tenho intolerância a quem reclama, dramatiza, sempre prefiro me "retrair" a fazer dos ombros dos amigos e das redes sociais um muro de lamentações. É meu jeito. Mas, e quem não consegue? Como faz? Ajuda! Se essa pessoa se deixar ajudar. E torçamos para que sempre sim. Vamos oferecer flores a quem está com seu jardim ressequido. E, certamente, voltarão para nós ainda mais belas.

Foto: Facebook Netinho - O jardineiro
Seguirei admirando Netinho e todos que consigam ultrapassar barreiras assim, com positividade e fé, mas, sigo, também, respeitando quem é mais "fraco". Pois -  e disso tenho certeza, quanto mais frágeis estamos, mais passíveis também de nos superarmos e, certamente, só conseguiremos isso com mãos amigas e amadas estendidas. E tem coisa mais bonita do que amar o "inimigo" - e a "inimigo" me refiro às fraquezas do outro? Pois, se eu não me superar, se em algum momento eu não conseguir, é um ombro amigo e compreensivo que quero encontrar no meu "jardim".

E me vem à mente a frase: "Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso."

Cheiros apimentados!











sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

INUSITADO - Parte 01

#ATENÇÃO : 18+

Estava solteira e sozinha. E, por mais que gostasse disso, nesse domingo em especial, queria conversar. Mas não as conversas habituais, com as pessoas habituais.
Entrou na internet.

E ele foi o primeiro e o último com quem conversou. E, certamente, o melhor. Não poderia ser mais gostoso, leve e instigante que aquilo.

Falaram sobre tudo e sobre nada. Contaram superficialmente passagens das suas vidas e, a cada frase que digitavam, se tornavam mais interessantes um ao outro. Em poucos minutos trocavam telefones, precisavam se ouvir. E conversaram. Horas que pareciam minutos. Quanto mais se ouviam, mais sede tinham da voz um do outro. O desejo era latente, mas, em momento algum, falaram sobre sexo ou algo do gênero. Sentiam desejo pelo som da voz do outro, pelo conteúdo inteligente que descobriam, pelo romantismo sem pieguices que surgia... e se queriam. Sabiam que poderia, pessoalmente, não ser nada daquilo, mas queriam. Se precisavam.
Era cedo, o sol, safado, apareceu para colaborar com o provável encontro. Ela sugeriu que fosse ao ar livre. Talvez, inconscientemente, desejasse que as energias da natureza acalmassem suas pulsações descompassadas. E sim, todo o seu corpo pulsava. Todo ele. Se despediram momentaneamente, ora torcendo para que os 60 minutos que os separavam do olho no olho voassem, ora que se arrastassem, tamanha era a ansiedade. 

Ela entrou e saiu do banho cantando. E suspirando. E imaginando. Começou a ficar excitada. Tentou se acalmar, demorou um pouco mais no banho para isso, mas conseguiu. Com a pele ainda úmida, acarinhou todo o corpo com o seu melhor hidratante, imaginando as mãos dele fazendo isso. Parou quando se percebeu excitada novamente. Aumentou a música, escolheu uma roupa confortável, mas levemente sensual - na verdade estava tão excitada que sentia que poderia ficar sensual até num moletom amassado. A saia jeans num tamanho médio, a camiseta amarela com um ombro à mostra e a maquiagem leve evidenciavam seu bronzeado. Os cabelos também brilhavam. Se olhou no espelho e sorriu, se sentindo bonita como há muito não se via. E o sorriso no cantinho da boca se tornou um risinho safado quando lembrou a lingerie que escolheu. "Ah, foi a primeira que apareceu", mentiu para si mesma. Olhou no relógio, meia hora. Todo o corpo pulsou, junto com o coração. 

Já no carro, olhou no retrovisor. Ainda estava bonita. Caramba, por que estava tão insegura? Lembrou: ia encontrar o cara que a fez sentir ternura e tesão, intensamente, e ao mesmo tempo. Estava tão excitada que quase voltou do meio do caminho. Parou para abastecer, comprou uma água mineral e bebeu quase num só gole. É, estava calor. E ela adorava esse clima. A acendia sob todos os aspectos.

Chegou no local combinado, 'um parque da cidade'... Combinaram no restaurante da cachoeira. Na verdade, era uma pequena queda d'água, mas fingiam para si mesmos que era uma cachoeira, para que ficasse ainda mais romântico e excitante. Enquanto seguia a pequena trilha, teve medo que ele tivesse desistido. Mas passou rapidamente, quando viu o rapaz bonito da foto debruçado na varandinha do bar, olhando a água ir e vir. O coração começou a acelerar novamente. Mesmo não estando tão perto, conseguia ver uma tatuagem saindo pela manga da camiseta branca. E seu olhar charmoso apreciando a natureza. "Deus, ele é ainda mais atraente!" Sentiu um comichãozinho entre as pernas. Tentou espantar a sensação: "Tomara que seja engano, tomara que não seja ele, tomara que, se for, ele tenha um cacoete, beije mal, tenha mal hálito, tomara que..." Quase deu um grito de susto quando o celular vibrou. Era ele. Preferiu não atender e se encaminhou ao seu encontro. Todo o corpo tremendo e gemendo em silêncio. Seu autocontrole a estava traindo, sacana!

Chegou bem perto e, como ele estava distraído tentando telefonar, fechou seus olhos com as mãos. Teve medo que ele percebesse os sinais adolescentes do seu corpo. Pode ouvir e sentir a sua respiração daquele homem forte ficando mais ofegante. Com carinho, ele pousou sua mão direita sobre as mãos dela. Com a esquerda, ele a puxou para si, pela nuca. O cheiro másculo dele a abraçou. Foi um gesto tão carinhoso e, ao mesmo tempo, tão sensual, que ela poderia jurar que seus corpos das últimas três encarnações ficariam arrepiados. Ficaram nessa posição por, ao menos, cinco minutos. Assim, como se conhecessem há muito, como se desejassem há muito. E se desejavam. Os dedos dele se entrelaçavam com os cabelos macios dela. E ela não conseguiu segurar o gemidinho quando ele puxou seu cabelo de leve. E ela respirava, transpirava e suspirava na nuca dele. Foi aí que ele não aguentou.

Quase como um giro de dança ele a virou. Era bom nisso, ela pensou. Ficaram frente a frente, olhos a meio centímetro. Lábios já se tocando, afinal, os dela eram bem carnudos. E ela se lambia, sem nem perceber. A imaginação do que aqueles lábios rosados e macios poderiam fazer em seu corpo o deixou latejando. A impressão de ambos era que os raios do sol os apertava um contra o outro. Mas era o desejo que fazia isso. Enquanto ele ainda segurava, agora mais levemente, em seus cabelos, ela apertava seu braço, exatamente onde estava a tatuagem. De repente, estavam se cheirando, como animais selvagens reconhecendo o parceiro antes do acasalamento. E ali não era diferente. Sentiam um misto de doçura e loucura. Ele a puxou para mais perto. Ela sentiu a dureza do seu corpo e, instintivamente, apertou seus braços, escorregando as mãos para dentro de sua camiseta. Quando ela passou as unhas, levemente dos seus braços para as costas, ele não resistiu. E a beijou. 

No começo foi um beijo louco, desesperado, sedento. Suas línguas se abraçavam, se acarinhavam, competiam, transavam. Naquele momento esqueceram onde estavam, que tinha pessoas por perto, que era ao ar livre, e o beijo se transformou numa preliminar, num teatro. Faziam com os lábios, as línguas e os dedos tudo o que, tinham certeza, fariam com os corpos. Era um aviso, quase uma ameaça. Se lambiam, se chupavam, se arranhavam, se mordiscavam. O corpo dela sentia o calor dele, e vice-versa. Se encostavam mais. Ela latejava. Ele pulsava. Ela sentia. E escorria. E quanto mais ela sentia seu próprio líquido, mais ela o puxava para si, como que avisando que precisava dele, mais que encostado. Era uma dança e ambos sabiam a coreografia, sem nunca terem ensaiado. Ela quase gozou, só com aquele beijo. Ele também.Um barulho perto os fez lembrar, juntos, onde estavam. Olharam para os lados e riram baixinho. Aos poucos, foram tentando se acalmar. O beijo foi ficando mais lento, mais carinhoso, mais romântico, mas não menos gostoso. Isso também os excitava, era o complemento. Haviam transado em pensamento, em sensação, em sentimento. Já eram um do outro. Se abraçaram e ficaram ali, tentando "acalmar" os ânimos. 

Sentaram na mesa ao lado, pediram sucos e uns poucos petiscos e ficaram se deliciando um do outro. Agora com olhares, gestos, a maneira de sorrirem, as palavras inteligentes que começaram mais cedo e foram interrompidas pelo desejo animal. Tinham tantas afinidades que até assustava. Quanto mais conversavam, mais se encantavam, e mais se excitavam. Precisavam sair dali. Pediram mais sucos e água. O calor vinha de todos os lados. Ao servir, o garçom, com um jeito que os deixou constrangidos como adolescentes, entregou um panfleto onde o restaurante os estava convidando para conhecer a área privativa da cachoeira. Pelas fotos, parecia lindo. Eles não sabiam o que falar e se entreolhavam com surpreendente timidez, não esperavam aquele "convite". E o mesmo garçom, com olhar maroto, disse: "Vocês são nossos convidados especiais de hoje, vão pagar apenas pelo nosso kit especial de piquenique. E podem ficar tranquilos, até pelo horário, não irá mais nenhum casal. E a água é quentinha... Vocês tem 3 horas até o sol se por. Aproveitem!". 

Em menos de 15 minutos o novo casal estava cruzando o simpático portão de madeira da área privativa. Mais 05 minutos de caminhada e mal acreditaram no que viram. Era espetacular!!! 

[Continua...]










quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Porque traição é falta

Sempre foi uma dúvida na minha mente, no meu coração, na minha alma: eu perdoaria uma traição?
Essa pergunta íntima ainda não foi respondida, pois acredito que só temos como saber o que faríamos passando pela situação. Julgar, então, não dá.

Se já fui traída? Devo ter sido.
Se já traí? Devo ter traído.
Mas tem outra coisa que não sai da minha cabeça: Por quê?

Algumas pessoas, sobretudo homens (e não, não estou julgando, creio que isso ocorre por questões fisiológicas, culturais etc), normalmente procuram satisfazer o físico. Querem "aquela" noite de sexo e só, sem compromisso. Mas, algo me diz que, a grande maioria, procura e/ou é atraída por outras coisas e, entre elas, a conquista, se sentir atraente, se perceber desejada, a química, a paquera, a vontade de ver e não poder, o (por que não, proibido), aquele começo gostoso da paixão, as surpresas, a conquista, a conquista, a conquista. E isso vale pra homens e mulheres.


Mesmo com pouco conhecimento de causa, acredito que deve ser tão delicioso quanto gratificante para os moços o sabor do "fui EU quem conquistou", não foi fácil, mas EU CONSEGUI! Vários outros queriam essa mulher, mas é comigo que ela prefere estar, mesmo sob condições "adversas".

E sobre nós, mulheres, vamos confessar: amamos nos sentir queridas, mas, também, desejadas. Saber que aquele cara que consideramos interessante poderia transar com quaisquer várias, mas preferiu "suar a camisa" por NÓS. E, mais delicioso ainda, que, ao invés de nos buscar para uma mera transa, quer, deseja, precisa também do nosso carinho, atenção, desejo, tesão, paixão e, muitas vezes, amor. E claro que existem muitas faces e maneiras de amar.

Tem coisa mais gostosa do que, junto com a química, sentir carinho, amor, paixão? Claro que aquela sensação do proibido instiga, mas, é delicioso se, junto com ela, vierem sentimentos. Sabe aquele friozinho na barriga do comecinho do relacionamento, quando não podia ficar junto o tempo todo, por mais que quiséssemos? Esse! Ah, é mesmo uma delícia. 

"Mas, poxa, pimenta, pra eu sentir isso tudo, que nem lembrava que eu gostava tanto, tenho que trair? Tenho que ser traída?" A resposta é uma só: [liga voz do André Zé, do molejo] CLARO QUE NÃO! 

Podem me chamar de piegas, ingênua bla bla bla, mas eu ainda acredito que o mais gostoso é buscar tudo isso, tudinho DENTRO do próprio relacionamento, seja ele namoro, casamento, noivado, "ficância", tenha ele 2, 5, 30 anos. Fácil? Não, não é. Não sei nem se já/ainda consegui isso. Nem mesmo sei se já tentei. Mas, sinceramente, é o que quero pra mim. É o que acho mais legal, mais "correto", mais gostoso. E é isso que vai permitir a união daquele relacionamento seguro, cheio de amor, confiança, intimidade (que só vem com o tempo, os 2, 5, 30 anos), companheirismo com a "gostosisse" do sexo, atração, desejo etc. E , certeza, as histórias pra contar serão ainda mais lindas, deliciosas, únicas, inesquecíveis. E pode, deve ter "pimenta" aí também, no nosso dia a dia. 


Vamos parar com essa coisa burra de não nos apaixonarmos todos os dias pela mesma pessoa;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazermos a mesma pessoa se apaixonar por nós todos os dias;
Vamos parar com essa coisa burra de procurar nas outras pessoas das outras pessoas o que podemos, se quisermos encontrar ali, juntinho;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazer pequenas surpresas;
Vamos parar com essa coisa burra de não de não falar e demonstrar o que sentimos, quando sentimos;
Vamos parar com essa coisa burra de não chorar junto e de não rir de piadas idiotas;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazer um programa que não gostamos tanto assim, só pelo prazer de ver o sorriso num rosto que não é nosso; 
Vamos parar com essa coisa burra de não de não dar beijos demorados, de não "beijar com as mãos", de não "pegar com pegada", de não percorrermos com nossos dedos todo aquele corpo que já conhecemos e que aprendemos a desejar, um dia;
Vamos parar com essa coisa burra de não de não fazer amor romanticamente num dia e trepar selvagemente no outro, com a mesma pessoa. E depois dormir juntinho, e começar de novo (ui);
Vamos parar com essa coisa burra de fazer "cu doce" na hora do sexo (viu, meninas?);
Vamos parar com essa coisa burra de fazer "cu doce" na hora do amor (viuuuu, meninos?);
Vamos parar com essa coisa burra de observar no que nos parece feio, ao invés de procurar novas belezas.
Vamos parar com essa coisa burra, imbecil, idiota de só dar valor quando estamos perdendo (ou quando outro quer). 

E vamos, pela felicidade duradoura (e não só momentânea e efêmera), paquerar, desejar, namorar uma pessoa só. E nos deixar cortejar. E cortejar. E provocar. E ser provocados. E amar. E vice versa. E versa e vice. Sim, é possível! Porque pimenta é sim, uma delícia, e necessária, mas, se ela, o desejo, o sexo forem adocicados pelo sabor do amor, fica ainda mais saborosa. 

Por que traição é errado, é sacanagem, é desejo, é rancor, é mágoa, é desamor, é mesmice, é rotina, mas, principalmente, traição é FALTA!

Cheiros! Apimentadíssimos!








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vítima das circunstâncias

Me diz uma coisa: a quantas anda teu português? Isso mesmo, nosso idioma, como vai?
Vamos então faz um pequeno teste? É só um, prometo. Conjugar um verbo simples.
Leia bem o box abaixo e me diga, qual a coluna que está certa, a A ou a B?



Marcou a A? Mentira! Eu também!!!
Mas, perai! Se admitimos que, na gramática, eu, você, eles, TODOS erram, por que causa, motivo, razão ou circunstância não levamos isso para o dia a dia, pras convivências, para a vida?

Já parou pra observar que, quando enfrentamos um conflito, sobretudo com quem temos intimidade, temos uma tendência nervosa para nos eximir de culpas e responsabilidades? Quantas vezes, ao desabafar com um amigo, o terapeuta, um diário, um padre, um amigo imaginário, soltamos o famoso: “Você não vai acreditar no que fulano (a) fez comigo!!!”

Fulano aprontou, ciclano te magoou, beltrano não te compreendeu... Sempre os outros. Mas, surpresa!!! Enquanto você culpa os outros por erros e conflitos cuja responsabilidade é de ambos (quando não só  tua), os outros fazem o mesmo. É o terrível costume de se vitimizar. Todos praticamos. Infelizmente. E vamos continuar praticando – e sofrendo as consequências da (fa) tal lei do retorno. Vira um ciclo, uma bola de neve. E, se não nos dermos conta dessa bactéria que nós mesmos alimentamos e que, mais cedo ou mais tarde vai nos engolir, a roda irá girar e as pessoas – mesmo as que se/me/te amam vão se maltratar, se desconhecer, se afastar. E isso, acredite, vai doer.

As religiões dizem que Jesus disse que Deus disse que devemos amar os outros como a nós mesmos. 

Não, não conseguimos, não vamos nos iludir. Não nós, pobres mortais. Essa iluminação espiritual não é para qualquer um. Também infelizmente. Mas, se conseguirmos respeitar os outros como a nós mesmos, já é grande coisa. E respeitar é também não “viajar na maionese” achando, ou melhor, fingindo achar e pregar que só os outros erram e nós somos sempre a grande vítima. Vítima dos pais, dos parentes, do chefe, dos maus espíritos (ou do “inimigo”), da empresa, dos amigos, do companheiro /namorado/noivo/marido, das injustiças, de alguma doença, do motorista do ônibus, da primeira guerra mundial, do governo, de Pedro Bial, da chuva, do sol, do... do... Enfim, dos OUTROS.

Respeitar é se colocar no lugar do outro quando ele cometer algum erro. Porque, meu bem, sinto te informar, erros são iguais às mães: só mudam de endereço, mas sempre vão estar ali, no nosso pé – ou em nossa consciência. Se diferencia quem admite os seus próprios, tenta consertar e aprender com eles. Se diferencia quem assume as consequências das suas decisões, das suas cagadas, e até mesmo dos seus acertos (ou vocês acham que acertar também não tem um peso, se não para nós, para os outros?). Se diferencia quem utiliza os erros do outro pra dar a mão e aprender junto, sem julgar, sem ofender, sem se acreditar melhor. Por que, francamente (a última conjugação, prometo), eu não sou, você não é, nós não somos, eles não são... ninguém é. E também detesto acabar com tuas ilusões, mas transformar tua vida numa imitação barata de novela mexicana, se lamentar, se vitimar, fazer o maior drama do mundo inteiro, culpar os outros e se auto crucificar não vai atrair admiração, não vai te fazer crescer, não vai te melhorar como ser humano e, pior, não vai resolver teus problemas, tuas frustrações, tuas angústias. E você ainda vai ser taxado de chato, de “pitangueiro”, de negativista.

Então, por quem te ama e te quer por perto, não sobre, não pague de vítima das circunstâncias.



Cheiros!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Não desculpo o auê!

Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrilhas, motins
perdi a cabeça, esqueça... 

OPA! Não dá!!!
Sabe aquele ditado tão clichê quanto correto de que "quem bate, esquece e quem leva, não"? Pois é...

Ciúme é uma droga, e uma delícia, assim, ao mesmo tempo. Palavras de bipolar? NÃO! Palavras de quem já deu e levou muitas cabeçadas por causa desse danado. E palavras de uma ciumenta crônica. Ohhhhhh! Sim, sou ciumenta! E insegura. Mas justa. E treino, diariamente, a coisa de não ver cabelo em ovo. Porque acho que não tem nada mais insuportável num relacionamento do que sentirmos que quem amamos não confia em nós. Tanto quanto é péssimo não conseguir confiar em quem amamos, em quem queremos na nossa vida. Sempre digo que sentimentos são inevitáveis: não amamos ou detestamos se e quando queremos. Controlar sentimentos, sinto muito, é impossível! Mas, atitudes, aí já é mais fácil.

Sempre tem um amigo ou outro, ou paquera, ou conhecido que empertiga o peito e brada que não tem ciúme de jeitooo nenhum no mundo inteiro, na vida inteira, no coração inteiro. Me perdoem discordar, mas, não acredito que isso seja possível. O que acho é que tem gente que consegue controlar bemmmm mais que outras. Ou que ainda não encontrou o amor que desperte esse sentimento. Não acho nenhuma glória ou qualidade em não ter ciúmes. O ciúme pode sim, ser positivo: quando demonstra o medo de perder quem ama, quando demonstra a insegurança de não ter mais aquela pessoa que nos é tão importante. E quando demonstra a humildade de dizer (ainda que em silêncio): "eu não quero te perder, eu não quero viver sem você..." . E quem não gosta de saber que aquele ser que é alvo de sua paixão sente o mesmo?

Como não acho nenhuma glória ou qualidade em ser ciumento, quando isso é exagerado. Insegurança, medo de perder, valorização do objeto amado, ok, positivo, necessário. Já a desconfiança, a 'picuinha', a possessividade, passam longe do amor. Tem a ver com orgulho, com egoísmo, co egocentrismo. Você tem certeza de que quer ao teu lado uma pessoa "transformada" em quem não é, só para não te desagradar? E, consequentemente, infeliz? Eu não consigo conceber manter na minha vida alguém em quem eu não confio. Qual a lógica disso? Que graça tem viver uma vida de agonia? Assim como, hoje em dia, não aceito sob nenhuma hipótese, estar com quem não confia em mim como pessoa, quem não confia no meu caráter. Simplesmente não conseguiria. E nem quero conseguir. Não quer confiar em mim, não me serve. É tão simples: Se não "presto" como ser humano, o que quer comigo? Por mais que isso possa doer e ser difícil, não aceite a desconfiança de caráter. Não faça isso com tem coração, não jogue teu amor próprio e tua dignidade no ralo. Você, seja lá quem e como você for, é maior que isso! 

E falando sobre dignidade, também é tão dolorido quanto ridículo o casal (ou irmãos, pais e filhos, amigos) que se xingam, se ofendem, se maltratam na hora da raiva, da cabeça quente. Aí depois passa e estão os dois se "lambendo". Aí vem outro estresse e começa de novo esse ciclo de ofensas, infantilidade, maus tratos, de dor. E, acreditem, a dor na alma é bem mais avassaladora que a física. E é lá, na alma, onde ficam cravadas as palavras e atitudes que espetamos "sem querer". 


PS 1: Não façam isso nas redes sociais, é ainda mais ridículo, pra vocês mesmo!
PS 2Não provoque ciumes achando que isso vai aproximar teu (a) amado (a). Se ele (a) for um tico mais esperto (a) que você, o tiro vai sair pela culatra lindamente. E você vai ficar solteiro (a) se entupindo de chocolate e se lamentando nas redes sociais. O que é ridículo, lembra? 
PS 3Não façam joguinhos pra atrair a atenção do outro, se ele tiver o minimo de maturidade, você vai se lascar. E merecidamente.
PS 4: Se você fizer "joguinho", ciuminho, picuinha e isso funcionar, ambos são ridiculamente imaturos e vão se lascar pra caramba na vida, merecida e separadamente

E, convenhamos, salvo algumas exceções medíocres, se uma pessoa está com a gente, é porque ela quer, ela decidiu.

Eu sempre fui "pavio curto". Achava que falar o que penso a qualquer custo era sinônimo de sinceridade. Até começar a afastar as pessoas. E isso começar a incomodar, doer. E doeu. E as culpei. Mas o crescimento da dor gerou amadurecimento e me ensinou que essa "culpa" era e devia ser apenas minha. Posso sim falar o que penso, desde que como, desde que não ofenda, desde que não maltrate. E foi aí, na dor, que me convenci, assim, na marra de que tinha que aprender a "engolir o choro", manter o respeito e, se não conseguisse na hora, deixar o sangue esfriar e conversar, resolver, com calma e justiça. Se até nas discussões conseguirmos manter esse respeito, conseguirmos manter o amor, mesmo que as coisas não se resolvam como desejamos e essa pessoa resolva sair da nossa vida, ela irá, mas com as melhores lembranças e impressões sobre nós. 

Por que sabe, "quem bate, esquece. Já quem leva... "

Cheiros!
Ah, PS 05: Já fiz um bocado dessas coisas aí na vida. Acreditem, só perdi! 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Era uma vez uma menina que gostava de Pimentas...

Era uma vez uma menina que gostava de pimentas.
Era uma vez uma moça que resolveu fazer uma tatuagem. E ela gostava de pimentas. 
Era uma vez uma mulher que, com seu temperamento forte, se via ardendo como uma pimenta nas turbulências do seu coração. Da sua poesia. Da sua alma.

"A Pimenta, que vem do latim “pigmentum”, e que significa “matéria corante”, é um alimento consumido por, aproximadamente, ¼ da população brasileira, sendo um dos alimentos mais amados e odiados pelo homem, devido ao seu forte ardor.
Por isto,  acredita-se que possa afastar todo o mal deixando o indivíduo com um terrível gosto em sua boca e ardor em suas entranhas. A cor viva de algumas espécies são atrativas para os olhos, “puxando” toda energia ruim que possa vir desse olhar. 
Antigamente, na Ásia, a pimenta era usada em um conjunto de amuletos, a fim de afastar maus espíritos. Esta superstição persiste até os dias atuais, o que leva as pessoas a usarem uma ou mais pimentas para afastar maus olhados, inveja e similares., em pulseiras, brincos, pendurados em portas, como amuletos ou talismãs contra as energias ruins."
( Fonte )
Muitos usam por acreditarem que ela protege. Outros, gostam do seu sabor, forte, intenso. Alguns pregam fortemente que ela tem um cunho sexual. E eu, por mais que "fuce" em meus sentidos, não encontro um único motivo, nada específico pelo qual essa garotinha tanto me atrai. É isso: ela me atrai. Sua cor, seus formatos, sua força e imponência. A impressão que eu tenho é que a pimenta consegue dar sabor a tudo sem agredir, sendo, ao mesmo tempo, "doce", forte, marcante. 

Com o passar dos anos, acredito que virou apelido por eu gostar de tudo o que contem minhas pimentas, mas, também por causa desse temperamento, forte, muitas vezes difícil, mas reto, bem resolvido, definido. E sobre a sensualidade? É, ela pode me representar nisso também, no "quente" da coisa, mas, sinto muito informar: não é só isso que importa. Não é porque "sou pimenta" e que sou liberal, sem preconceitos, "pra frentex", que vivo de sensualidade. Não adianta ter "pimenta" apenas, tem que ter o lado e os momentos doces. Por que tudo demais, até mesmo pimenta, arde, queima, enjoa.

Nada como os sabores e prazeres dúbios da vida, que se encaixam, que se completam.



Cheiros, docemente apimentados. 


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Por um mundo com mais 'Consciência HUMANA'

Escrevi no dia da consciência negra, no instagram, mas, como não postei no blog à época, quis deixar registrado. 


Então, né, dia da consciência negra...

Já li sobre e tenho visto e ouvido durante toda a vida histórias reais sobre os abusos cometidos contra essa raça injustiçada e de gente tão boa.

Como também tem tanta gente boa entre os brancos, amarelos, pardos, índios.

E por falar em índios, pode existir povo mais injustiçado, explorado e saqueado nesse país? Até hoje???

E por que o dia do índio não é feriado? Por que não é feriado o dia do nordestino, do sertanejo, do agricultor, do preso político, da mãe/pai que perderam filhos assassinados, das mulheres (classe teoricamente mais frágil) que bem sofrendo abusos e violência em toda a sua existência?

Por que não é “santo” o dia do brasileiro, então, abusado diariamente, minuto a minuto... “estuprado” pela corrupção, pelos impostos abusivos, pela violência das ruas e em casa, pela educação precária, falida, pela falta de emprego e de capacitação profissional???

Concordo inteiramente que respeitemos toda e qualquer classe/raça que sofreu abusos. Mas, me desculpem a franqueza: se formos arrumar um feriado para cada uma delas, para cada cidadão desse país que sofre ou sofreu algum abuso ou injustiça, teremos 365 “santos”.

E, como muito bem disse em algum momento o grande Morgan Freeman: “No dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparecerá”.

Bom 20 de novembro para nós, cidadãos humanos – e iguais!




Cheiros!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Posso reclamar, né?

NÃO!!! Não pode. Aliás, nem deve.

Espera, como assim você não pode reclamar? 

Poxa, tua vida tá uma bosta, você já acorda desanimado, cansado, triste, com o coração apertaaaaaado, aí vem o dia e piora tudo, vem as pessoas que estão à tua volta e, além de não te compreenderem, ainda te irritam. Você vai fazer o quê? Vai reclamar mesmo, esbravejar, espernear... É isso, vai fundo: pode reclamar!

Mas aí eu te pergunto: Isso ajuda? Isso realmente resolve? MUDA alguma coisa na tua rotina? Muda algo à tua volta? Muda sim!!! Cria uma barreira entre as pessoas, a natureza, o mundo e você. E te torna uma pessoa mais ranzinza, mais amarga, mais solitária. E ainda dá rugas, olha que mau negócio.

Nãooo, não sou hipócrita! Reclamo também. Também me estresso com as palhaçadas que vejo pelo mundo, no governo, as injustiças, as desonestidades etc etc etc. Reclamo disso porque sei que posso fazer alguma diferença, pois é, também, a reclamação de muitos. 

Agora, sobre a tua vida, teus problemas, adianta mesmo passar 23h30 do dia brigando com tudo, todos e com você mesmo e não fazer (ou tentar) algo pra mudar, melhorar, resolver? E não, depressão, tristeza, desgraças da vida não são desculpas. Todos temos o direito de passar nossos maus bocados, amargá-los, vivenciá-los. O que não nos dá o direito de descontar nos outros. Me desculpa, mas, se não tá legal pra você, fica quieto, faz uma oração, toma uma atitude. "Mas, Monika, para de ser incompreensiva, você mesma tá tratando problemas emocionais...". Pois é, eu tô tratando. Sempre digo que, quando não temos forças para mais nada, temos que nos entregar à ajuda de quem quiser e puder dar a mão. 

Quantas vezes (quantas) ouco: "nossa, você? nem parece...", "isso não combina com você", "mas você parece tão bem...". E essas frases só tem uma explicação: eu acho que meus problemas são meus e, por mais que eu chore, desabafe e tenha apoio, não posso jogar minhas dores nas costas de ninguém. Não, não estou aqui pregando que eu sou/estou certa e os "reclamões" errados. Mas, acreditem, reclamar é um círculo vicioso: você reclama dos problemas. Os problemas mudam e você reclama das mudanças. Aí você muda, pra pior: se torna chato, amargo, pessimista, negativista e, naturalmente (muitas vezes até sem perceber) as pessoas se afastam de você. E aí você vai reclamar da solidão, do abandono, da incompreensão... e por aí vai.

E, por mais que te ame, ninguém (nem mesmo você) consegue ficar muito tempo perto de pessoas negativistas. Problemas todos temos (já falei sobre isso aqui ), todos. E eu bem sei que nem sempre conseguimos enfrentá-los como deveríamos ou gostaríamos. Mas, tudo, toda e qualquer atitude gerará uma consequência. Não é fácil ser abnegado e viver aguentando pancada. Mas podemos, ao menos, tentar respirar fundo e seguir em frente. Ou ficar quietinhos (rezando, pensando, refletindo, jogando paciência, candy crush) até as coisas se acalmarem, sem envolver quem gosta da gente em nossa aura escurecida. O melhor seria nos aproximarmos de pessoas com auras de luz, mas não pra "sugar" e sim, para aprender. Luz é sempre mais forte que escuridão, e o mais forte "vencerá", e facilmente será dividido.


E então? Que consequências você quer pro teu futuro que começa daqui a 01 minuto?

Cheiros!
Monika * Pimenta




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Não sou doce...


Sabe aquelas mocinhas calmas, de fala mansa, olhar doce, caminhar suave, cuidados a cada sílaba? Não sou "que nem" elas.

Sabe aquele grupo que vive de gestos delicados, que não fala palavrão, não faz nada fora dos padrões sociais? Eu não me encaixo.

O fato é que, querendo ou não, gostando ou não, concordando ou não, definitivamente, sou diferente da maioria. 

Não sei se estou certa ou errada, mas, não tem jeito, mesmo sabendo que, fatalmente, acabo afastando pessoas (sobretudo homens) logo de cara, assustadas, só consigo ser assim.

Sei me comportar em quaisquer lugares. Sei falar certinho. Sei ser educada. E sou. Mas, no fundo, sou uma ogra. Sempre vou me machucar sozinha e quebrar boa parte dos objetos que estiverem no mesmo ambiente que eu. Vivo roxa, arranhada, cortada, machucada. Gosto de brincar com e de tudo. Faço piadas sem graça das situações mais toscas e, pior, muitas vezes, sérias. Gosto de gesticular. Gosto de me apaixonar, por várias coisas, pessoas e situações durante o dia. E gosto de demonstrar isso. Gosto se dar um "gritinho" perceptível ao ouvir, de repente, uma música que amo. 

É, por mais que eu admire (de verdade) as moças/mulheres doces e delicadas, não tem jeito, pra esse "fantástico mundo de Bob" eu nunca fui convidada.


Cheiros... Mais apimentados que doces.