Sempre foi uma dúvida na minha mente, no meu coração, na minha alma: eu perdoaria uma traição?
Essa pergunta íntima ainda não foi respondida, pois acredito que só temos como saber o que faríamos passando pela situação. Julgar, então, não dá.
Se já fui traída? Devo ter sido.
Se já traí? Devo ter traído.
Mas tem outra coisa que não sai da minha cabeça: Por quê?
Algumas pessoas, sobretudo homens (e não, não estou julgando, creio que isso ocorre por questões fisiológicas, culturais etc), normalmente procuram satisfazer o físico. Querem "aquela" noite de sexo e só, sem compromisso. Mas, algo me diz que, a grande maioria, procura e/ou é atraída por outras coisas e, entre elas, a conquista, se sentir atraente, se perceber desejada, a química, a paquera, a vontade de ver e não poder, o (por que não, proibido), aquele começo gostoso da paixão, as surpresas, a conquista, a conquista, a conquista. E isso vale pra homens e mulheres.
Mesmo com pouco conhecimento de causa, acredito que deve ser tão delicioso quanto gratificante para os moços o sabor do "fui EU quem conquistou", não foi fácil, mas EU CONSEGUI! Vários outros queriam essa mulher, mas é comigo que ela prefere estar, mesmo sob condições "adversas".
E sobre nós, mulheres, vamos confessar: amamos nos sentir queridas, mas, também, desejadas. Saber que aquele cara que consideramos interessante poderia transar com quaisquer várias, mas preferiu "suar a camisa" por NÓS. E, mais delicioso ainda, que, ao invés de nos buscar para uma mera transa, quer, deseja, precisa também do nosso carinho, atenção, desejo, tesão, paixão e, muitas vezes, amor. E claro que existem muitas faces e maneiras de amar.
Tem coisa mais gostosa do que, junto com a química, sentir carinho, amor, paixão? Claro que aquela sensação do proibido instiga, mas, é delicioso se, junto com ela, vierem sentimentos. Sabe aquele friozinho na barriga do comecinho do relacionamento, quando não podia ficar junto o tempo todo, por mais que quiséssemos? Esse! Ah, é mesmo uma delícia.
"Mas, poxa, pimenta, pra eu sentir isso tudo, que nem lembrava que eu gostava tanto, tenho que trair? Tenho que ser traída?" A resposta é uma só: [liga voz do André Zé, do molejo] CLARO QUE NÃO!
Podem me chamar de piegas, ingênua bla bla bla, mas eu ainda acredito que o mais gostoso é buscar tudo isso, tudinho DENTRO do próprio relacionamento, seja ele namoro, casamento, noivado, "ficância", tenha ele 2, 5, 30 anos. Fácil? Não, não é. Não sei nem se já/ainda consegui isso. Nem mesmo sei se já tentei. Mas, sinceramente, é o que quero pra mim. É o que acho mais legal, mais "correto", mais gostoso. E é isso que vai permitir a união daquele relacionamento seguro, cheio de amor, confiança, intimidade (que só vem com o tempo, os 2, 5, 30 anos), companheirismo com a "gostosisse" do sexo, atração, desejo etc. E , certeza, as histórias pra contar serão ainda mais lindas, deliciosas, únicas, inesquecíveis. E pode, deve ter "pimenta" aí também, no nosso dia a dia.
Vamos parar com essa coisa burra de não nos apaixonarmos todos os dias pela mesma pessoa;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazermos a mesma pessoa se apaixonar por nós todos os dias;
Vamos parar com essa coisa burra de procurar nas outras pessoas das outras pessoas o que podemos, se quisermos encontrar ali, juntinho;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazer pequenas surpresas;
Vamos parar com essa coisa burra de não de não falar e demonstrar o que sentimos, quando sentimos;
Vamos parar com essa coisa burra de não chorar junto e de não rir de piadas idiotas;
Vamos parar com essa coisa burra de não fazer um programa que não gostamos tanto assim, só pelo prazer de ver o sorriso num rosto que não é nosso;
Vamos parar com essa coisa burra de não de não dar beijos demorados, de não "beijar com as mãos", de não "pegar com pegada", de não percorrermos com nossos dedos todo aquele corpo que já conhecemos e que aprendemos a desejar, um dia;
Vamos parar com essa coisa burra de não de não fazer amor romanticamente num dia e trepar selvagemente no outro, com a mesma pessoa. E depois dormir juntinho, e começar de novo (ui);
Vamos parar com essa coisa burra de fazer "cu doce" na hora do sexo (viu, meninas?);
Vamos parar com essa coisa burra de fazer "cu doce" na hora do amor (viuuuu, meninos?);
Vamos parar com essa coisa burra de observar no que nos parece feio, ao invés de procurar novas belezas.
Vamos parar com essa coisa burra, imbecil, idiota de só dar valor quando estamos perdendo (ou quando outro quer).
E vamos, pela felicidade duradoura (e não só momentânea e efêmera), paquerar, desejar, namorar uma pessoa só. E nos deixar cortejar. E cortejar. E provocar. E ser provocados. E amar. E vice versa. E versa e vice. Sim, é possível! Porque pimenta é sim, uma delícia, e necessária, mas, se ela, o desejo, o sexo forem adocicados pelo sabor do amor, fica ainda mais saborosa.
Por que traição é errado, é sacanagem, é desejo, é rancor, é mágoa, é desamor, é mesmice, é rotina, mas, principalmente, traição é FALTA!
Cheiros! Apimentadíssimos!