Um casal está passando por uma crise.
A mulher acha que já não sente mais o mesmo, não sente mais prazer em nada - nem no sexo, nem nas coisas cotidianas, mas vai mantendo pra não magoar o parceiro, porque acha que deve, afinal, estão juntos há tanto tempo... A coisa não melhora, ela pensa em se separar, mas, como é um relacionamento importante pra ela, como não quer que os filhos passem por essa tristeza, resolve qe precisa fazer alguma coisa. Tenta buscar alternativas pra "apimentar a relação", conversa com as amigas, faz terapia, simpatia, romaria. Mas, num dado momento, vê que nada mais tem graça, que nada adianta, que não tem jeito, chama o cara "na grande" e diz que quer se separar. E, quando chega nesse ponto, para ela não tem volta. Se forem casados, a distância de tempo entre essa conversa e separar os trapinhos é de, no máximo, 24 hs. E pode apostar que em poucos dias ela aparece com os papéis do divórcio. E fim. Ela vai chorar, sofrer, se entupir de chocolate, mas, quando decide, é FIM.
Um casal está passando por uma crise.
O homem acha que já não sente mais o mesmo, não sente mais prazer em nada - nem no sexo, nem nas coisas cotidianas, mas vai mantendo pra não magoar a parceira, porque acha que deve - afinal, estão juntos há tanto tempo... A coisa não melhora, ele pensa em se separar, mas, como é um relacionamento importante pra ele, resolve que precisa fazer alguma coisa: Se afasta, esfria com ela jurandoooo que não tá acontecendo nada, fica mais tempo fora de casa, trabalha mais - ou menos, mas não fica em casa, conversa com os amigos, acha que todas as mulheres do mundo são melhores que a dele, que, de repente, ela se tornou uma chata, que não a mais a suporta, nem a convivência, mas não pode se separar por causa dos filhos, e/ou do cachorro, e/ou do costume, e/ou das famílias, e/ou do que construíram juntos e/ou da rotina, da casa, de qualquer coisa que possa ser configurada como desculpa esfarrapada. Tudo é menos difícil que sentar e conversar, assumir que não dá mais. Aí ele pensa em tudo isso, coloca mais alguns ingredientes como "ah, pode ser uma fase" e resolve continuar. Aí tenta ficar mais em casa, tenta transar mais, tenta fazer uma ou duas coisas que ele acha que possam ajudar, a coisa melhora durante uns dias, umas semanas, mas passa a "novidade" e vira uma merda ainda pior. Tem ainda maior certeza de que nada mais tem graça, que nada adianta, que não tem jeito, pensa em chamar a companheira "na grande" e diz que quer se separar. Mas não faz. Simplesmente não tem coragem de olhar nos olhos e encarar a realidade. Tem medo e nem sabe do que, porque. E vai "levando".
Infelizmente, salvo raras exceções, nos casos de término funciona exatamente assim.
Os homens tem uma imensa dificuldade em por um fim. E vão empurrando com a barriga até a coisa ficar insuportável e a mulher pedir a separação. Infelizmente.
Não estou aqui taxando ninguém de certo ou errado, tenho plena convicção de que todos temos as nossas dificuldades e que são apenas diferentes.
O que não entendo, não concordo, não aceito, é a gente deixar de ser feliz por medo, por comodismo. Não, não aceito.
Emprego tá difícil, mas como consegue ficar num trabalho insatisfeito, reclamando de Deus e do mundo, achando que tudo o que precisa fazer é chato, chegando já desesperado pra sair?
Relacionamento estável também não tá fácil de encontrar, mas, como ficar com alguém por comodismo, confundindo amor com possessividade e costume?
Se algo em que você está envolvido não te dá mais tesão, mas que é importante pra você, vai à luta, tenta recuperar, faz terapia, ioga, procissão, simpatia... Mas, se não funciona mais, é porque, além de ter acabado o tesão, deixou de ser importante. Aí é doída hora de partir pra outra. E quando digo outra não é outra mulher/outro homem, é outra SITUAÇÃO, seja qual for, mas que te deixe feliz, que te faça sorrir. Precisamos aprender a nos desapegar do que não nos faz bem, abrir mão, aprender a usar mais as palavras não e fim. Como podemos fazer o outro feliz se não estamos ali inteiros? Impossível! É bem mais digno e bonito colocar aquela pessoa (ou situação) importante num lugar especial em nossos corações e deixa-la ser feliz de verdade, independente de como, com quem. E ser, também, feliz. Vai doer, claro, mas vai passar.
Que tal darmos a largada na vontade e CORAGEM de ser verdadeiramente FELIZES???
Espero que sim!
Cheiros apimentados
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